Nós do Kasabian Brasil resolvemos fazer uma tradução muito boa de uma entrevista que aconteceu pela Music Week falando com Serge e Tom. Vamos dividir em algumas partes (hoje sendo a 1ª) para não ficar uma coisa cansativa de se ler e também um post grande. Quem nos acompanha, vale conferir!
Tradução by @Kasabian BR // Music Week website - ENGLISH HERE
Music Week - Interview
20 August, 2011 By Stephen Jones
( PARTE 1 )
A Music Week falou com o compositor do Kasabian, Serge Pizzorno e o frontman Tom Meighan sobre como foi fazer o ‘Velociraptor!’ Na primeira parte da entrevista, Pizzorno fala como a paternidade afetou o seu processo de composição e como fez para manter os fãs aos seus pés saindo do rótulo de “rapazes do rock” para serem conhecidos como uma das principais bandas de rock do Reino Unido.
MW: Antes do mundo ouvir o álbum, o que vocês acham das gravações feitas?
Serge Pizzorno: Eu estou imensamente orgulhoso disso. Nós estamos realmente ambiciosos e partimos para tentar alcançar algo. Música virou algo que não vale tanto para muitas pessoas e então tentamos fazer algo que era muito incrível que as pessoas teriam de comprar. Um sinal de um álbum realmente importante.
MW: Então você planejou deliberadamente fazer um álbum o qual tivesse realmente valor?
SP: Eu acho que faço sempre, mas sim. Foi bem mais direto que o último álbum nós fomos longe com ele e é provavelmente a coisa que mais sinto orgulho a respeito dele. Se você olhar para a capa e olhar para o título e é o álbum mais incrível até agora, eles vão dizer: “Wow, como você conseguiu fazer isso?” Então, dessa vez foi como, “não vamos ser mais diretos!” e cada faixa tem de ser mais real e épica.
MW: Então, estaria eu certo pensando que você provavelmente sentiu algo diferente do que da outra vez, você estava nervoso antes do último lançado?
SP: Sim, eu estava muito! Eu sabia que nós tínhamos feito algo especial e era muito excitante e eu sempre dizia que aceitar o risco com o nosso terceiro disco seria um bom jeito de nos expandir. Se fosse um desastre, seria como um lindo desastre. Se vendesse quatro cópias, eu estaria orgulhoso, porque seria como se ninguém tivesse entendido. Mas, de contra mão, se desse certo e de repente as pessoas parecem de pensar “Oh, eles são rapazes do rock” isso seria bom. Dessa vez eu acho que as pessoas pensam “Essa banda realmente ama música e querem tentar fazer álbuns bons.”
MW: Já se passaram dois anos desde o último álbum que no mesmo tempo, Oasis se separou. Liam Gallagher disse que vocês deviam saber que estavam aptos para assumir o trono. Você concorda com isso?
SP: (Quando Oasis apareceu em cena) Nós estávamos com 14/15 anos e eles pareciam o centro do mundo. Eles fizeram a gente acreditar e a melhor coisa sobre isso foi eles fazerem nós pensarmos: “Você pode estar sim nessa sala de ensaio e você pode sair e ter o mundo”. Sempre foi muito inspirador pra gente.
MW: Velociraptor! É mais que uma música, focado no álbum, e sem a existência do Oasis, a separação deles o te inspirou em suas composições?
SP: Eu não acho que contribuiu muito. Eu escrevo sobre qualquer coisa que me vem e não há segredos ou planos de como fazer isso. Eu só vou: “Certo, é algo que está vindo” e aí coloco as faixas juntas e penso: “wow, isso dá um álbum.” Vamos lá gravar.
MW: Outra coisa que aconteceu nesse meio tempo foi que teve um bebê. Foi difícil ser pai e escrever um álbum ao mesmo tempo?
SP: Em vários modos isso balanceou tudo.Tudo era uma bagunça antes. Eu não sabia muito até então, mas eu notei que isso meio que colocou tudo no lugar certo. Ser pai me deu estrutura. Eu estive escrevendo a noite – eu não tinha um grande acordo com o sono escrevendo as músicas e eu penso que isso ajudou. É como estar viajando, depravação de sono, eu poderia acordar e ouvir coisas e pensar “eu não lembro de ter feito isso.” É incrível.
MW: Então você tem um estúdio na sua casa?
SP: Sim. O segundo foi gravado no estúdio, mas tudo, os outros álbuns foram gravados em casa. Dessa vez eu peguei um dos quartos na casa e eu precisei de um pouco de persuasão com Amy (companheira de Pizzorno) também.
MW: Tem essa percepção que quando uma banda bem sucedida chega em seu quarto álbum, começam namorar e criarem suas famílias, eles perdem a vontade de ser bem sucedidos e a necessidade de fazer um álbum excitante. Você sentiu alguma pressão como essa?
SP: Quando estávamos começando West Ryder eu comecei a pensar: “Deus, em 20 anos quando as pessoas olharem para trás nessa geração de música, bandas e tempos, o que você deixa pra eles é muito importante.” Isso talvez não conecte agora, mas é algo que deixa as coisas mais para frente, tentar olhar para a frente e tentar coisas novas pode funcionar. Eu tenho essa coisa de quando você aperta o botão ‘play’ nesse álbum é muito importante que isso aconteça perfeitamente. Você sabe o que eu digo? Aquele tipo que te leva até lá.
MW: Vocês continuam fazendo as pessoas chegarem até lá, como sempre?
SP: Sim, mas não apenas artisticamente. Nós não queremos apenas vender um monte de discos ou ter um monte de dinheiro, não nós queremos ser merdas também. Nós queremos ter certeza de que quando tocarmos em shows todos vão para casa pensando: “Essa foi a melhor noite do meu ano!”
MW: Como você pensa que os fãs receberam esse álbum, porque de várias formas e de vários jeitos, é diferente do que sucedeu?
SP: Eu realmente não sei. É muito emocionante porque eu poderia pensar dos dois jeitos. Eu acho que há várias faixas para as pessoas pensarem: “Oh, respeito, são realmente boas.” Bons e com algo de velho. Há mais faixas que no outro disco. E eu acho que é bem mais fácil de entender.
MW: E como isso aconteceu?
SP:Eu gosto de arremessar as pessoas, então,eu pensei “ Bem, eu não vou arremessá-los para ficarem mais estranhos mas eu vou fazer algo para terem um pouco de melodias tradicionais e belas, você sabe, músicas sobre terminar com a namorada”, por exemplo. Eu pensei que poderia ser a coisa mais confusa para se fazer. Mas se você entender, são as músicas que as pessoas lembram para sempre e seria legal ter uma dessas.
MW: Eu acho que algumas pessoas vão ouvir músicas como “Goodbye Kiss” e pensar: ‘Isso não é Kasabian!’ Essa é o tipo de reação que você está esperando que aconteça?
SP: Eu quero. É realmente uma letra como se fosse de um artesão. Nós somos conhecidos por barulhos pesados, mas não necessariamente conhecidos como “Certo, essa é realmente uma música boa.”
MW: O último álbum foi enormemente bem sucedido mas esse é um tipo diferente de disco. Você falou todo o tempo que será como um soundtrack de cinema. Isso foi mais ou menos em 2009. Vocês continuaram com a divulgação do último álbum disso no ano passado?
SP: Sim, até Setembro do ano passado.
MW: Quando você começou a escrever o novo álbum?
SP: Bem, algumas músicas como La FEE Verte e Velociraptor! foi mais ou menos perto de Setembro. Eu já sabia mais ou menos que seriam ótimas idéias de músicas, as coisas estavam flutuando, então, provavelmente eu comecei em Setembro. Foi bem rápido.
MW: E seu filho nasceu quando?
Ele nasceu dia 2 de Agosto. Foi bem rápido também. E então, Tom foi até São Francisco gravar os vocais enquanto mixávamos.
MW: Você escolheu trabalhar com o produtor Dan The Automator de volta. Você trabalhou com ele na primeira gravação então, presumidamente, você escolheu de volta porque foi bem sucedido?
SP: Sim. Quando pegamos as faixas para ir para o estúdio, nunca vamos só com a versão acústica. Já estão meio que formadas e eu sei exatamente o que elas precisam ser. Ele ficou na minha casa trabalhando por uma semana. Ele pegou algumas caixas e fez parecer que estávamos trabalhando em um estúdio mesmo. Nós mixamos então em São Francisco enquanto as cordas eram gravadas pela British,o que foi mais complicado mas eu adorei fazer isso! Mas eu realmente não gosto dê estúdios. Eu meio que gosto de trabalhar em casa.
MW: Nós não falamos sobre ficou a arte do álbum. No último álbum você estava vestido como um padre. O que houve nesse último?
SP: Nós pegamos um cara chamado Aitor Throup, quem é um artista conceituado mas também trabalha com moda e esculturas. Eu o conheci. Ele é um gênio e a artwork é tão incrível que também resolvemos lançar algumas coisas limitadas.
MW: Você colocou algumas partes orquestr adas nesse álbum, mais que nos outros. Você está treinando para algo mais clássico?
SP: Não. Eu trabalhei com uma garota linda chamada Jess e a expliquei que eu queria basicamente: "O barulho de Tom & Jerry quando ele toca os bigodes de Tom" – aquele barulho? e ela falou “Ah, isso é “pizzicato!” E conseguimos exatamente isso. Eu tocava as partes para ela e então ela escrevia as partituras para mim. Fizemos a bateria lá também.
MW: Você terminou todo ele em uma semana?
SP: As cordas e a bateria sim. O resto do álbum eu fiz em casa em um período de mais ou menos seis meses. Foi como pintar. Levam meses para terminar. Não é como “Aqui está a demo, ir para o estúdio e bang, está pronto.” Eu fico inventando coisas novas com a faixa por um bom tempo.
MW: O álbum gravado anteriormente foi o primeiro na Columbia, então você já trabalhou com esse time antes. O título teve muito do que já estava trabalhando?
SP: O apoio da Columbia nos deu isso, eles nos deixaram sozinhos. É uma mentalidade velha. Na primeira gravação confiaram totalmente em nós, e a liberdade é incrível. Eu nunca tive uma relação tão boa nesse nível desde o começo.
MW: Foi uma grande mudança da Sony com Ged Doherty deixando a gravadora. Ele talvez fosse para a BMG quando vocês assinaram com a Sony, certo?
SP: Sim. Ele tinha muitas providencias para tomar. Nós fomos para um lugar de ensaio sem bateria, nós tínhamos a bateria em uma curva, tocávamos três músicas e era bom. E então, ele quis assinar conosco. Ele nos deu suporte todo tempo. Houve momentos em que talvez ele via coisas diferente de nós mas se falássemos que era como levávamos as coisas ele continuaria nos dando apoio. Eu não imaginaria tantas pessoas com o poder que ele tem que fariam isso por uma banda. Nossos gerentes, John e Graeme, falaram para nós que Nick era um cara legal.
MW: Seu último álbum foi o último na EMI Music e agora vocês trocaram para a Sony/ATV Music. Como é essa relação?
SP: Boa, sim. Você sabe, as pessoas da Sony estavam meio que fascinadas estavam realmente excitadas para produzir o álbum, e então foi simplesmente feito!
MW: E sobre o que vão fazer para o futuro – quais as ambições como banda. Vocês foram número um, ganharam como melhor banda no Brit Awards, NME, Q Awards - vocês já pensaram em explodir na América?
SP: Seria legal e nós estamos preparados para trabalhar duro. Nós não paramos de trabalhar por nove anos e agora é um sentimento diferente sobre essas faixas, um sentimento diferente pelo álbum e as pessoas estão vendo o que está atualmente vendo o que está acontecendo ao redor do mundo e pensando “Nossa, talvez eles sejam uma banda inglesa realmente grande!”
MW: O rótulo do álbum dá muito a dizer sobre a arte?
SP: Da primeira vez que falávamos sobre a arte do álbum, nos sentamos e falamos: ”Certo, nós temos, nós conseguimos isso.” E isso foi música para os ouvidos deles. Porque foi como um pesadelo. Você passa por alguém que já fez cinco artes para álbuns só esse ano, e são sempre as mesmas idéias, você vê isso milhões de vezes. Mas de repente, você se levanta e diz que vai ser assim, assim e assim. Lindo!
MW: Devido a dificuldade de novas bandas aparecerem por agora, vocês se sentem sortudos desde que apareceram em mídia em 2003 e logo em seguida com seu primeiro álbum, em 2004?
SP: Nós pegamos o último navio para o Armageddon, sabe? Nós pulamos na ilha. Nós apenas lançamos isso, nos viramos e tudo estava explodindo. Você realmente pode sentir isso nos festivais e nos grandes shows. “Aonde estão as novas bandas?” Entende o que quero dizer? Você olha pro line up e se pergunta: “O quê?”
Mto bom!
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